A pessoa inculta julga tudo pelo que vê na Globo e dá às aparências do dia o valor de critérios universais, sem nem imaginar que as coisas podem já ter sido vistas de outro modo e voltar a sé-lo amanhã ou depois.
Fui criado num bairro de gente muito pobre e nunca vi por ali pessoas espalhando sujeira pelas ruas, fazendo arruaças ou ofendendo-se umas às outras em público. Ser pobre era uma coisa, ser cafajeste era muito outra.
Foi uma mudança cultural premeditada pela esquerda que, a partir dos anos 60, sob a influência do marcusismo, associou a imagem do povão humilde à aparência de marginais e drogados, e em seguida condenou toda exigência de limpeza e ordem como se fosse preconceito contra os pobres. Isso veio na troca do proletariado pelo lumpenproletariado como classe revolucionária por excelência.
Quem não sabe de onde as opiniões vieram toma-as como verdades autoprobantes, naturais e eternas.