Por Bernardo Pires Küster

Há dois anos escrevi estas singelas palavras sobre o prof. Olavo de Carvalho, as quais, sem dúvida, permanecem.

Falem, gemam, berrem e ranjam os dentes contra o professor Olavo de Carvalho o quanto quiserem. Chamem-no de astrólogo, guru da direita ultra-conservadora, conspirador de golpes, pigmaleão de Bolsonaro, cicerone de Bolsonaro, revisor da história, charlatão, boca suja, fascista, homofóbico, desonesto intelectualmente, católico desvirtuado, terror das criancinhas, péssimo pai, priápico, tarado, mal educado, fumante e filósofo sem diploma ou cátedra acadêmica.

Nenhum de seus detratores, porém, está sendo mencionado por jovens estudantes em auditórios nas escolas com tanto orgulho e segurança como ele. Vivi para ver com meus próprios olhos um jovem, de uns 15 anos, citar o professor no meio de uns 200 alunos sem qualquer medo durante uma palestra minha sobre gênero no mesmo ambiente em que dois professores, de história e sociologia, fugiram à francesa para evitar serem confrontados. Olavo foi mencionado pelo rapaz de olhos fixos em mim e postura firme, sem gaguejar, tremer ou vacilar o tom da voz. Quando testemunhei aquilo, pensei: que intelectual brasileiro seria citado assim com tanto orgulho publicamente na frente de diretores, professores e colegas de classe? Quem teria penetrado até as salas de aula de um colégio em Cabo Frio para, nestes dias, ser citado com tanto gosto? Márcia Tiburi, Leandro Karnal, Mario Sérgio Cortella, Clóvis de Barros, Safatle, Chauí?

Todo o bem que o professor tem feito para a renovação da alta cultura brasileira, para o renascimento do amor ao conhecimento e à verdade e o sem-número de pessoas, como eu, que se converteram à Igreja Católica – e, portanto, ao Cristo – jamais é trazido à luz por seus inimigos; jamais é colocado como o centro da sua influência e objetivos. Querem reduzi-lo a um velhinho tarado, louco e mal intencionado escondido na Virginia.

O futuro, mais do que o presente, provará que toda a lama jogada sobre ele saiu das mãos daqueles que têm visto sua própria mediocridade e vileza expostas publicamente por um homem sincero, bom e que, sozinho, mudou o Brasil não por vanglória ou porfia, mas pelo amor à nação que o pariu.